Em meio a um cenário de
tantas incertezas, prevenção é a palavra de ordem quando o assunto é o novo
coronavírus, especialmente quando se trata de pessoas acima de 60 anos. Não há
evidências científicas de que os idosos estão mais propensos a contrair o
vírus. Mas, especialistas afirmam que, se estes forem infectados, a
probabilidade de evoluir para casos graves da doença é muito maior.
Para se ter ideia, a
letalidade do vírus na população em geral é de 2,3%, mas considerando a faixa
etária entre 60 e 69 anos é de 3,6%. Dos 70 aos 79 anos, ela cresce para 8%.
Quando passa de 80 anos, o índice chega a 14,8%.
Vice-presidente da Rede
Mater Dei de Saúde, a médica Márcia Salvador Géo ressalta que o idoso tem maior
chance de ter associação a outras patologias, como diabetes e hipertensão, o
que aumenta o risco, não só de coronavírus, mas também de outras infecções. “É
importante manter os tratamentos médicos em dia, principalmente os que
tem doenças crônicas, e procurar assistência hospitalar em casos de novos
sintomas”.
A geriatra Manuela
Magalhães reforça que o período já delicado da vida exige ainda mais cuidados
neste momento. “O envelhecimento deixa o indivíduo mais suscetível e com menor
imunidade para responder a infecções. Analisando os dados da Itália, por
exemplo, a maior quantidade de óbitos foi de pessoas acima de 60 anos. Isso não
quer dizer que todos com idade avançada que tiverem a doença vão morrer, mas,
quanto mais isolados socialmente eles ficarem durante o período de surto, mais
estarão protegidos”.
Outra recomendação aos
idosos é manter uma boa alimentação, estar sempre bem hidratado e fazer
atividade física regularmente, mesmo no ambiente domiciliar. “São medidas
essenciais para ajuda a retardar a deterioração do sistema imunológico.
Com a intenção de
protegê-los, pessoas que convivem diariamente com os mais velhos também
precisam redobrar o cuidado. “Se for sair de casa, é importante tirar o sapato
ao retornar, ir direto para o chuveiro tomar banho e lavar a cabeça, colocar a
roupa utilizada dentro de um saco e jogar imediatamente na lavanderia. Além
disso, deve-se evitar o contato próximo com aqueles que apresentem sintomas da
doença; lavar bem as mãos com água e sabão e manter ambientes limpos e
arejados”, orientou a geriatra.
CORONAVÍRUS NA BAHIA
Sobre o cenário atual da
Covi-19 no estado, o infectologista Dr. Roberto Badaró, explicou que a situação
da Bahia tende a ser favorável, por conta das medidas de prevenção e
enfretamento que foram tomadas com antecedência pelos governantes.
“Certamente o número de
casos irá subir. Mas, quando comparamos a projeção de notificações da Bahia com
os outros estados, percebe-se que, apesar da evolução crescente, o declive da
curva é menos vertical do que São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará, por exemplo”,
afirmou o especialista.
Por fim, não tem como
pensar em prevenção se não houver uma mobilização de todos para que isso
aconteça. Sendo assim, Dra. Márcia Salvador enfatiza que esse é um momento de
esforços individuais e coletivos para conter a pandemia. “É preciso seguir as
recomendações do Ministério da Saúde. Assim os serviços de saúde terão tempo
para se organizar, ter insumos e equipamentos suficientes para receber os
doentes que precisarem ser internados. Achatar a curva e diminuir o pico de
pessoas contaminadas é vital para não sobrecarregarmos os sistemas de saúde”.
* Portal A TARDE - Com a colaboração da repórter Ashley Malia
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