O campo deve produzir 250 milhões de toneladas de produtos, e a maior parte já está vendida.
Por Jornal Nacional
A produção agrícola deve garantir um alento para a economia
brasileira em 2020 e evitar uma queda ainda maior do produto interno bruto por
causa da pandemia do novo coronavírus. O campo deve produzir 250 milhões de
toneladas.
O milho plantado pelo agricultor Luiz
Carlos Nardi, em Mato Grosso, só vai começar a ser colhido em maio. Mesmo
assim, mais da metade da produção já foi vendida. “Eu tenho em torno de 60% já
comercializado dessa safra que eu vou colher. Já tem alguma coisa comprometida
para 2021 em termos de troca de produto. Eu entrego milhos, para receber
fertilizante, para plantar a próxima safra”, contou.
A venda antecipada deu segurança ao setor,
que projeta altas para 2020 mesmo com a pandemia do novo coronavírus. Segundo o
último levantamento da Conab, a Companhia Nacional de Abastecimento, a produção
de milho deve subir, chegando a quase 102 milhões de toneladas.
O volume de soja deve ficar praticamente
estável, com 122 milhões de toneladas. Já a expectativa para o algodão é de
produção recorde, estimada em 2,88 milhões toneladas da pluma. A previsão da
Conab é que o Brasil exporte 113 milhões toneladas de grãos em 2020.
Daniel Latorraca, especialista de mercado e
superintendente do Instituto Mato-grossense de Agropecuária, explica que os
estoques de alimento no mundo já estavam baixos e que a situação ficou pior com
o avanço da pandemia.
“A prioridade dos governos nacionais, no
mundo todo, é saúde e alimentação. Então, como é um bem essencial, é
basicamente uma busca incessante dos alimentos que tem. A gente tem poucos
estoques, então o que vai acontecer é que o preço sobe um pouco mais”,
explicou.
João Birkhan, consultor de grãos, afirma
que o aumento da venda de grãos vai ajudar a manter os empregos em outros
setores da economia num momento tão difícil.
“Esse pessoal todo que atende com
exclusividade o campo também terá a sua atividade preservada, seus empregos,
sem problema nenhum. Já aqueles que atendem parcialmente o campo já vai ajudar,
porque não vai haver o desemprego total. Vamos pegar assim um exemplo de uma
fábrica que produz caminhões: ela não produz caminhões só para o agro, produz
para todas as atividades brasileiras. Mas essa atividade do agro vai garantir
uma boa parte dos empregos nesse segmento”, avaliou.
Um dos desafios dos produtores é manter o
vírus longe. Por isso, a rotina em muitos lugares já mudou. Todos que chegam às
fazendas têm que passar por barreiras. É preciso higienizar as mãos. Também é
feita a medição da temperatura, sempre mantendo a distância de segurança e
depois disso, se tudo estiver ok, aí sim, é permitido entrar. Tudo isso é para
garantir a segurança dos funcionários que estão trabalhando.
Na região, são feitos dez carregamentos por
dia. Cinco carretas entram na fazenda para embarcar a soja e a outra metade
aguarda do lado de fora. “Nós estamos carregando dez caminhões por dia, sendo
que, no ano passado, nós carregávamos 30 por dia. Então caiu para dez”,
explicou Fernando Souza, gerente da fazenda.
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