Transmissão do zika vírus é responsável pelo aumento dos casos de microcefalia no país. Nordeste é a região mais afetada.
A transmissão do
zika vírus pelo Aedes aegypti provocou o aumento dos casos de microcefalia no
país, principalmente na região Nordeste. Mas ainda existem muitas dúvidas.
Os médicos são
unânimes: nesse momento, entrar em guerra contra o Aedes aegypti é o melhor que
se pode fazer. A medicina ainda está estudando o zika vírus e a relação entre
ele e a microcefalia.
O que já se sabe
é que o vírus, que foi isolado, pela primeira vez, numa floresta africana, em
1947, nunca tinha sido descoberto no Brasil. Apareceu no Nordeste, em 2014 e,
agora, foi associado aos casos de microcefalia, crianças que nascem com o
cérebro diminuído.
O Aedes aegypti,
o mosquito transmissor da dengue e da febre chikungunya, pica uma pessoa com o
zika vírus. Depois, pica outra pessoa e passa o vírus.
O paciente pode
apresentar febre, manchas no corpo e dores nas articulações. Se o infectado for
uma mulher e ela estiver grávida, o zika pode atacar o bebê. Ele invade a
placenta, entra na corrente sanguínea do feto e vai direto para o cérebro,
atrás dos neurônios, as células cerebrais. Ali, o vírus provoca uma inflamação
que retarda a multiplicação dos neurônios e prejudica a formação do cérebro da
criança.
Com a ajuda dos
médicos, a gente conseguiu localizar algumas imagens de tomografias de um
cérebro normal e de um cérebro com microcefalia. O vídeo mostra um cérebro
normal. A parte toda branca ao redor é a espessura do osso do crânio. O
cérebro, que é a massa cinzenta, ocupa praticamente todo o espaço que o crânio
reserva pra ele. Também no vídeo, a imagem mostra um caso de microcefalia.
Repare que o cérebro que aparece em branco está um pouco menor. O contorno em
cinza é o osso do crânio e repare que entre o cérebro e o crânio tem um espaço
escuro, em preto. Esse espaço não poderia haver. Repare que o cérebro está
mesmo um pouco menor.
“Então essa
criança pode ter, por exemplo, um atraso no setor da linguagem. Esse é um fato,
um atraso no setor motor. Ela pode não conseguir andar, pode não conseguir
firmar a cabecinha, sentar, engatinhar e andar nos tempos corretos. Ela pode
ter uma dificuldade na sua capacidade de aprendizagem, na sua capacidade de
cognição”, explica Ana Escobar, pediatra.
O infectologista
Caio Rosenthal explica que, depois de nascer, se a criança pegar o zika vírus,
ela não corre mais risco de ter microcefalia porque o cérebro já está formado.
Mas ele alerta que como ainda se sabe muito pouco sobre o vírus, o melhor agora
é se prevenir.
“Nós estamos
dentro de um quarto escuro. A gente não sabe o que pode acontecer. Então é
muito mais prudente você adiar uma gravidez, você postergar uma gravidez porque
a gente ainda não tem conhecimento, domínio dessa doença”, aconselha Caio
Rosenthal, infectologista.
Fonte: G1.com
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