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quarta-feira, 20 de maio de 2020

CREMEB DIZ QUE TÚNEIS DE DESINFECÇÃO PODEM GERAR RISCOS


Os túneis de desinfecção desenvolvidos a fim de evitar a contaminação pelo novo coronavírus tem gerado divergências entre especialistas. O Conselho Regional de Medicina (Cremeb) repudiou o uso destes equipamentos tanto em áreas públicas quanto em hospitais. A decisão foi embasada num parecer da Câmara Técnica de Medicina do Trabalho. Com 15 tuneis já instalados em todo o estado, a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) informou que as estruturas continuaram em funcionamento.

Conselho questiona eficácia do equipamento - Foto: Shirley Stolze 
De acordo com o vice-presidente do Cremeb, Júlio Braga, as consequências do uso do equipamento ainda são desconhecidas e podem gerar riscos aos usuários. “Não há nenhuma demonstração de eficácia do equipamento. Qualquer coisa que não tem efeito benéfico documentado, você já parte do principio que ela pode fazer mal”, pontuou.

Braga ressaltou que o Conselho não é contra a utilização do equipamento, contanto que seja feito dentro de um projeto de pesquisa, respeitando os critérios necessários. “A pessoa tem que fazer o projeto, submeter a um comitê de ética, solicitar a participação das pessoas, e estas devem dar o consentimento para participar de um projeto de pesquisa”, ressaltou.

O posicionamento do Conselho foi embasado pelo Parecer da Câmara Técnica de Medicina do Trabalho, emitido em 13 de maio, que ressalta a ausência de fundamentação científica na eficácia das câmaras. O documento se ampara no posicionamento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Conselho Federal de Química que alertaram para a falta de dados de segurança “no que se refere a dose, concentração e frequência de utilização de produtos químicos (peróxido de hidrogênio, hipoclorito de sódio, amônia quaternária ou ozônio) para utilização direta em pessoas”.

As câmaras instaladas no Instituto Couto Maia, Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Vale dos Barris, Hospitais Santo Antônio (Obras Sociais Irmã Dulce), Espanhol, Subúrbio, Ernesto Simões Filho e Martagão Gesteira, além do Hospital Costa do Cacau, em Ilhéus, Calixto Midlej Filho, em Itabuna, São Vicente e Prado Valadares, em Jequié, e Riverside, em Lauro de Freitas, foram desenvolvidas pelo Senai-Cimatec.

O Diretor de Operações da instituição, Luis Alberto Breda reconheceu que se trata de um projeto de pesquisa desenvolvido para ser usado apenas em hospitais, e por profissionais paramentados com Equipamentos Individuais de Segurança (EPI’s). “Entendemos a posição do Cremeb, mas deixamos claro que é um projeto experimental e não comercial de venda de tuneis. É um projeto que de fato precisamos comprovar a eficácia, e sentir o grau de eficácia disso versus um eventual grau de reações adversas que a gente também está monitorando”, pontuou.

Breda esclareceu que a ideia do projeto é reduzir a carga viral ativa no momento de se retirar os Epi’s, quando o profissional corre alto risco de se contaminar. “Antes do profissional retirá-los, passa pelo túnel e recebe a névoa com uma solução de hipoclorito. Se a água sanitária vendida em mercado tem a concentração de 2 a 2,5%, a concentração que utilizamos é de 0,25%”, disse.

De acordo com ele, os diretores dos hospitais que receberam os túneis estão cientes de que se trata de um projeto experimental e que serão colhidos os termos de consentimento dos profissionais submetidos aos túneis. “A fase da pesquisa começa exatamente agora, vamos fazer análises qualitativas para avaliar se tem reações adversas e qual o grau dessas reações”. De acordo com Breda, em 30 dias a instituição deve dar respostas sobre a eficácia dos túneis.

Para o diretor médico do Hospital Espanhol para a Covid-19 - primeiro a receber um túnel de desinfecção - e pesquisador chefe do Senai-Cimatec Roberto Badaró a pesquisa é segura por que utiliza o hipoclorito de sódio altamente diluído. Ele conta que a primeira fase do estudo já foi concluída. “Observamos 73 funcionários, que em sua maioria passavam duas vezes por duas pelos túneis, para saber do que eles se queixavam. Nenhum apresentou asma ou alergia, por exemplo. A única queixa que 40 pessoas tiveram é de que o cheiro era forte e depois se acostumaram, seis pessoas tiveram uma irritação no olho por que entraram inadvertidamente sem os óculos de proteção”, explicou.

A próxima fase do estudo deve começar na próxima semana. 100 pessoas farão parte do estudo. Todas devem ter diagnóstico negativo para a Covid-19. “ 50 vão passar a utilizar a câmara e outras 50 não, daí vamos medir a taxa de conversão para o coronavírus e dizer se a câmara serve ou não serve”, explicou Badaró.

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