O uso da cloroquina e da
hidroxicloroquina no combate ao novo coronavírus foi autorizado pelo governo
federal, na última sexta-feira (27), para pacientes graves
com covid-19, mas divide a opinião da comunidade médica e científica.
Um
estudo feito na França obteve resultados positivos no combate ao novo vírus.
Pela pequena amostragem da pesquisa, porém, o medicamento ainda não é tido como
uma solução para a pandemia. O Ministério da Saúde afirma que o fármaco
pode ter efeitos adversos e é indicado apenas em casos específicos.
Infectologistas ouvidos
pela reportagem do R7 alertam para os
riscos do uso indiscriminado da hidroxicloroquina e demonstram precaução ao
falar sobre possíveis resultados positivos. Segundo eles, uma maior amostragem
é necessária para comprovar a eficácia do tratamento.
“Precisamos de mais pacientes nestes testes, provavelmente acima de mil.
Existem cálculos estatísticos para isto”, afirma o médico infectologista Renato
Grinbaum.
Para Munir Ayub, consultor da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), “o estudo na França foi feito com uma pequena quantidade de pessoas. Não dá pra extrapolar o resultado de lá para todos os pacientes com coronavírus. Mais uns 20 dias ou um mês, no máximo, e creio que teremos uma avaliação precisa”.
Para Munir Ayub, consultor da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), “o estudo na França foi feito com uma pequena quantidade de pessoas. Não dá pra extrapolar o resultado de lá para todos os pacientes com coronavírus. Mais uns 20 dias ou um mês, no máximo, e creio que teremos uma avaliação precisa”.
Após
as notícias sobre a eficácia dos testes em outros países, o remédio usado no
tratamento de outras doenças teve um aumento na procura e chegou a acabar em farmácias pelo Brasil.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) liberou o uso para pacientes hospitalizados e em estado
grave, e determinou a dosagem específica da droga — seis
dias de tratamento. Entretanto, a agência ressaltou os efeitos colaterais e
proibiu a automedicação.
De acordo com Ayub, é
preciso cuidado ao tratar do assunto, já que a automedicação pode ter
consequências graves. “Desde que vazaram a eventual eficiência, houve uma
corrida às farmácias e esse medicamento praticamente desapareceu. Está fazendo
falta aos pacientes que fazem uso crônico dessa medicação e precisam dela”,
explica.
O infectologista
Leonardo Weissmann ressalta que a automedicação é contraindicada devido “aos
inúmeros efeitos adversos do medicamento, como problemas nos olhos, alterações
no sangue, alterações emocionais, problemas no fígado e no coração, náuseas,
vômitos e diarreias, entre outros”.
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