Em
reunião virtual sem a participação do presidente, Jair Bolsonaro (sem partido),
e com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), governadores reiteram
nesta quarta-feira (dia 24) os procedimentos de isolamento adotados para conter
a pandemia do novo coronavírus. A manutenção das medidas recomendadas por
epidemiologistas foi uma das tônicas da videoconferência, e o governador do
Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), foi o único que relativizou as medidas
restritivas.
Outro
ponto unânime foi o pedido para que Maia agilize a aprovação do Plano Mansueto
– plano de equilíbrio fiscal enviado ao Congresso em junho de 2019 – para que
ter condições fiscais de atender algumas cadeias produtivas. Além disso, os
governadores de Roraima e Tocantins pediram apoio da Funai em relação às
comunidades indígenas de seus Estados.
A
reunião foi mediada pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB) –
pré-candidato à Presidência em 2022 –, apesar do coordenador do Fórum de
Governadores ser Ibaneis Rocha, do Distrito Federal – único dos 27 chefes do
Executivo estadual que não participou. Mais cedo, o mandatário paulista e o
presidente da República protagonizaram um embate.
Na
condução do encontro virtual, Doria determinou que os governadores falariam em
órdem alfabética e que cada um teria um tempo de cerca de três minutos. O mais
crítico dos presentes em relação à postura de Bolsonaro, Doria citou o último
pronunciamento do mandatário. "O presidente Jair Bolsonaro teve reunião
com governadores do Centro-Oeste, Norte, Sudeste e Sul e ele não teve a
delicadeza de dizer que falaria a vocês em cadeia nacional de rádio e TV",
argumentou.
Sobre
o embate, Doria afirmou que foi respeitoso com o presidente e que o considerou
desrespeitoso. "Hoje pela manhã fui respeitoso com o presidente. Não
levantei meu tom de voz, não ofendi. Apenas registrei como governador e
brasileiro a minha posição contrária aos temos usados em rede nacional para
falar aquilo que os brasileiros não querem ouvir. Os brasileiros querem um
presidente que lidere seu Pais", defendeu.
"Considerei
desrespeitoso. Ele propôs uma reunião de conciliação, de entendimento e
harmonia com o governadores do Brasil e teve um gesto absolutamente equivocado,
maldoso em relação aos brasileiros como ele formulou em rede nacional de televisão",
acrescentou. Medidas restritivas "Vamos manter as medidas adotadas pelo
estado de Sergipe seguindo as orientações do Ministério da Saúde e dos médicos
da área. Não vamos recuar nenhum milímetro no trabalho que estamos
fazendo", afirmou o governador de Sergipe. Benivaldo Chagas (PSD).
"Pernambuco
ontem teve seu primeiro óbito por coronavírus. Isso só nos faz reforçar todo o
entendimento que tem sido colocado em prática desde o início dessa pandemia no
Brasil. As restrições que estão sendo feitas estão no caminho correto. Os
Estados têm que se preparar", defendeu Paulo Câmara (PSB).
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